quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Transformações no cenário político


Eduardo Campos, candidato a presidente do PSB, ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morreu na manhã desta quarta-feira (13) após a queda do jato particular em que viajava em um bairro residencial em Santos, no litoral paulista. Ele tinha completado 49 anos no último domingo.

Chovia no momento do acidente. A Aeronáutica informou em nota que o avião decolou do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP). “Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave”, informou a nota

O acidente aéreo que vitimou o candidato à presidência da república Eduardo Campos tirou da campanha aquele que tentava se viabilizar como a personalização do que poderia vir após o PT na Presidência da República. Desde o início da corrida eleitoral, o esforço do candidato do PSB era para se colocar como o nome capaz de manter conquistas sociais do governo Lula, sem que fosse necessário recuperar estratégias utilizadas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, apontado como responsável por estabilizar a economia nos governos anteriores.

Ainda que isso ficasse claro, por suas falas, desde as primeiras entrevistas, ele sempre buscou se mostrar, no máximo, no meio do caminho entre Dilma e Aécio Neves, o natural opositor do governo atual. Foi assim até o fim de sua trajetória na disputa eleitoral, enquanto batia duramente em Dilma sem melindrar Lula, como se dissesse que a presidente é que não seguiu os avanços previstos quando ele fazia parte do governo.

Em sua última entrevista, na bancada do maior telejornal da TV brasileira, ele encerrou prometendo fazer, com o Brasil, um pouco do que tentava com sua campanha, com menos gente, estrutura e arrecadação.

Nunca saberemos até onde Eduardo Campos poderia chegar. Se ele, ainda que não agora, poderia ser mesmo o pós-petista que gostaria quatro anos mais tarde. Até Lula lhe fez essa proposta, para que esperasse até 2018, ganhando, de troco, seu apoio. Talvez a fizesse novamente no segundo turno. Mas Eduardo Campos conseguiu mudar três vezes a disputa eleitoral de 2014. Primeiro, ao deixar o governo e ser candidato mesmo com a violenta pressão da base aliada. Depois, ao aliar-se a Marina Silva de modo a se tornar viável nesta disputa, sem ter que esperar mais quatro anos para ser candidato para valer. Ao morrer repentinamente, lança, da pior maneira possível, novas dúvidas sobre o cenário, suficientes para alterar todas as análises que valiam até um minuto antes daquele avião cair.

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